Minas Gerais busca investimentos que agreguem valor para o setor cafeeiro 

Estado, que se destaca na produção primária, quer expandir cadeia produtiva; Comitiva mineira realiza visita técnica à Starbucks, nos EUA, e participa da Specialty Coffee Expo Chicago

O Dia Mundial do Café é celebrado no dia 14 de abril. O fruto é tão importante para Minas Gerais que, segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais  (Faemg), mais de 600 dos 853 municípios mineiros têm a cafeicultura como principal atividade econômica. Na safra de 2023/22, para se ter ideia, o estado exportou para 117 países, segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).

Líder na produção mundial de café, Minas Gerais registrou a marca de 29,2 milhões de sacas de 60 quilos (kg) do grão na primeira safra em janeiro de 2024, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Estado, que responde por mais da metade (50,2%) da produção nacional, tem buscado atrair investimentos para agregar valor ao produto, visando otimizar todo o potencial produtivo do Estado, que já é referência também na área da gastronomia. 

“Minas Gerais, ao longo de sua história, focou na produção primária do produto e em larga escala. Estamos buscando mostrar os diferenciais competitivos do Estado, apresentando o tratamento tributário concedido pela Secretaria de Fazenda ao setor, e ajudando na interlocução com outros stakeholders, para que os projetos de investimento tragam novas perspectivas de negócios”, destacou o gerente de Atração de Investimentos da Invest Minas, Lucas Ferreira. 

Do grão à cápsula

Um exemplo é a chegada da multinacional Mocoffee, que em novembro do ano passado anunciou um investimento de R$20 milhões na construção de uma moderna fábrica de cápsulas de café na cidade de Varginha, no Sul de Minas Gerais. As instalações da empresa terão capacidade inicial para produção de 100 milhões de monodoses por ano, além de contar com um Centro de Inovação e Desenvolvimento de packaging para o café do grupo. A expectativa é a criação de 80 postos de trabalho, 30 deles permanentes, já nos primeiros três anos de operação. 

“Historicamente, nós enviamos o nosso melhor café para ser processado lá fora, em outros países. O que pretendemos é estimular o setor para que possamos fazer isso aqui em Minas Gerais, com investimentos que tragam novos horizontes para a cadeia do café e agreguem valor ao nosso produto, que é reconhecido mundialmente”, destaca o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio.

Comitiva

Para promover o setor cafeeiro, uma comitiva mineira liderada pelo Governo de Minas também está participando, de 12 a 14 de abril, da Specialty Coffee Expo Chicago, nos Estados Unidos, onde estão sendo lançadas as rotas do Café do Cerrado e do Sul de Minas. Durante a viagem, também está programada uma visita técnica à Starbucks Reserve (produção e torrefação), que é a maior Starbucks do mundo. 

“Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, mas isso não significa que usufruímos de  todo potencial do produto”, diz Leandro Andrade, Diretor de Atração de Investimentos da Invest Minas. “Tivemos grandes investimentos nos últimos anos em vários segmentos do setor cafeeiro: projetos com irrigação, torrefações e beneficiamentos, produção de cápsulas, entre outros; mas ainda há muito a se fazer para agregar o pleno potencial de valor na cadeia. Buscamos ainda, fomentar a inovação tecnológica do setor e boas práticas de manejo, alinhadas com padrões de Environmental, Social and Governance (ESG). Trabalhamos cada vez mais o setor cafeeiro em Minas Gerais”, avalia.

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